A Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais foi relançada nesta quarta-feira, 24 de abril, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O grupo publicou um documento em que destaca o papel das universidades federais no desenvolvimento econômico e social e enfatiza que os pilares de ensino, pesquisa e extensão se expandem para serviços à comunidade, por meio de hospitais, clínicas, laboratórios, museus, teatro, cinema, música, agências de inovação, entre outros. “Educação, ciência, arte, cultura e cidadania são resultados do trabalho das Universidades Federais”, sintetiza o documento.
Iniciativa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a frente parlamentar é suprapartidária e já conta com assinaturas de mais de mais de 70 deputados federais - entre eles, 12 deputados baianos -, quatro senadores e ainda deve receber mais adesões. Ela é voltada à defesa da autonomia universitária e à união de forças entre o parlamento e as instituições de ensino, com o objetivo de debater e construir projetos para a defesa do sistema de universidades federais. A frente é presidida pela deputada federal Margarida Salomão (PT-MG), ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem a coordenação colegiada dos deputados federais Alice Portugal (PCdoB-BA), Danilo Cabral (PSB-PE), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) e Túlio Gadêlha (PDT-PE).
Hoje, o país possui 63 Universidades Federais, que juntas têm 334 campi. Outras cinco estão em fase de implementação em Pernambuco, Piauí, Mato Grosso e duas em Góias. Em sala de aula, são 1 milhão e 200 mil estudantes, dos quais, 70,2% vêm de famílias com renda per capita de até um salário mínimo e meio.
Nos últimos 15 anos, período da vigência das cotas raciais, foram observadas mudanças significativas relacionadas à raça e à cor dos universitários. Enquanto em 2003, 60% dos estudantes eram brancos, 39,2% pardos, e apenas 5,9% pretos, atualmente, embora a maior parte das vagas ainda permaneça com o público branco (43,3%), a diversidade cresceu, com 12% de pretos, 0,9% de amarelos e 0,9% de indígenas.
O documento da frente parlamentar mostra que não são apenas os estudantes que se beneficiam com as ações das Universidades. Em muitos casos, os 50 hospitais universitários de alta complexidade, com nove mil leitos, são as únicas alternativas em suas áreas de especialidade no Sistema Único de Saúde. Eles realizam mais de 315 mil internações, 400 mil cirurgias e 23 milhões de consultas e exames especializados por ano. A formação dos médicos depende desse espaço também, com 7,4 mil vagas destinadas à residência médica em diversas áreas.
Na economia, também é possível sentir o impacto do papel das universidades, cuja riqueza gerada a partir da pesquisa supera os investimentos feitos nas instituições de ensino. Ao todo, 15 fatos sobre as Universidade Federais são traçadas na frente parlamentar, baseados em fontes oficiais de pesquisas.
Reitores e representações da União Nacional de Estudantes (UNE), da Associação Nacional de Pós-Graduandos, da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), entre outros, estiveram presentes no ato de criação da Frente. O vice-presidente da Andifes e reitor da UFBA João Carlos Salles também participou do ato.
Confira o folder da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais.