A Universidade Federal da Bahia manifesta estranheza e indignação com a notícia da existência, no âmbito do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, de uma iniciativa de produção de dossiês contra servidores públicos que manifestaram publicamente posições contrárias ao fascismo.
A comunidade universitária viu-se diretamente atingida pela menção, entre os investigados, do bacharel em ciência política pela UFBA Alex Agra Ramos. Alex, 21 anos, sequer é servidor público, mas envolveu-se com a causa policial a partir da constatação, ainda adolescente, do alto índice de suicídios entre a categoria. "Minhas teses são sobre segurança pública. Tenho um livro que vai ser publicado em agosto sobre o tema”, declara ele.
Estas práticas, flagrantemente ilegais e que podem prenunciar uma sistemática de perseguições políticas a cidadãos do país e à liberdade de expressão, causam perplexidade, remetendo ao que o poeta Aldir Blanc descreveu como “página infeliz da nossa história”, e não podem, em hipótese alguma, ser admitidas.
Por esse motivo, a Universidade se une às diversas entidades que se manifestaram exigindo das autoridades competentes a apuração dessa iniciativa, bem como a identificação e responsabilização dos seus autores.