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Ranking QS: UFBA melhora pelo terceiro ano consecutivo

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A Universidade Federal da Bahia (UFBA) melhorou sua pontuação pelo terceiro ano consecutivo no  QS Latin America University Rankings, elaborado pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS). Na extração 2023 do ranking, anunciada na semana passada, a UFBA aparece na posição 67, três acima em comparação à edição 2021, quando estava na 70ª, e onze posições acima em relação a 2020, quando ficou na 78ª.

A melhora é ainda mais relevante quando se leva em consideração os ataques e restrições orçamentárias que as universidades públicas brasileiras vêm enfrentando nos últimos anos. Desde 2016, sucessivos ataques e retrações orçamentárias – que culminaram, neste ano, em um corte efetivo de 7,2% ao orçamento discricionário das universidades e institutos federais – vêm impondo à comunidade universitária de todo o país severas restrições às condições de trabalho, estudo e pesquisa.

Entre as instituições brasileiras, a UFBA sobe para a 17ª posição no ranking, melhorando duas posições em relação ao resultado do ano passado, quando apareceu no 19º lugar. Veja o dossiê completo da UFBA.

A lista de 2023 reúne 428 instituições latinas, doze a mais do que a edição anterior. Universidades do Brasil, do México e da Colômbia representam, respectivamente, o maior número de ranqueadas pela análise da consultoria britânica, uma das mais conceituadas em todo o mundo em ensino superior.

O ranking QS avalia a produtividade e impacto de pesquisas, empregabilidade, comprometimento do ensino, impacto digital e internacionalização. São utilizados oito indicadores: reputação acadêmica; reputação do empregador; razão entre estudantes e acadêmicos; acadêmicos com PhD; rede de pesquisa Internacional; citações por publicação; publicações por acadêmico; e impacto online.

O coordenador de avaliação da Superintendência de Avaliação e Desenvolvimento Institucional da UFBA, Jorge Sales, acredita que as sucessivas melhoras nas pontuações alcançadas pela UFBA refletem o cuidado e a qualidade com que a Universidade trata a sua pesquisa, ensino e extensão. “Isso é refletido não só pelos rankings, mas principalmente pelos indicadores do governo, a exemplo do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudos) e Índice Geral de Cursos (IGC). Em todos os índices do governo, a UFBA tem galgado boas posições”, destaca.

Apesar da boa pontuação da UFBA, Jorge Sales observa que mesmo rankings respeitados, como o QS, não podem servir de comparação entre universidades com natureza e missões diferentes. “Os rankings colocam numa mesma métrica universidades de regiões distintas no mundo, e isso resulta em grandes distorções”, pondera. O coordenador de avaliação cita que critérios fundamentais às instituições brasileiras, como a extensão e a inclusão social, não são considerados nos rankings internacionais.

Para Sales, os rankings que avaliam universidades refletem apenas um nível de qualidade. “Melhor seria utilizarmos sempre os indicadores governamentais, aqueles que são regidos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação). Pois, apesar das dificuldades, das distorções que sempre acontecem, os indicadores utilizados pelo Inep refletem com melhor precisão a qualidade das universidades brasileiras do que os rankings internacionais”, avalia o coordenador.

Outros indicadores

Conforme dados preliminares da Avaliação Quadrienal da Capes recém-divulgados, a pós-graduação na UFBA também melhorou em qualidade e abrangência, com avanços em todas as áreas do conhecimento, entre 2017 e 2020. Dos 85 programas avaliados – ante 72 no quadriênio anterior, uma expansão de 18% do total de programas – , 24 (28,2%) melhoraram suas notas, enquanto somente 9 (10,5%) registraram decréscimo. As notas ainda não são definitivas, já que os programas têm prazo até 03 de outubro para interpor recursos para revisão das pontuações.

A UFBA também obteve, recentemente, resultados positivos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021, com 85% dos cursos avaliados com conceito igual ou maior que 4 – sendo 26% com conceito 5, a nota máxima na avaliação. Dos 34 cursos da Universidade avaliados, 32 tiveram conceitos superiores à média registrada no Brasil.

Ambas as avaliações correspondem ao reitorado do professor João Carlos Salles (2014-22).