Escolas públicas totalmente abastecidas por energia solar. Parece uma meta realizável só daqui a algumas décadas. Entretanto, esse é o objetivo que move o trabalho voluntário do estudante de psicologia da UFBA João Raphael Gomes, com o Projeto Sinergia Solar, que apresenta o uso da energia solar a estudantes de escolas das redes públicas do Estado da Bahia e do município de Salvador, mediante a realização de oficinas educacionais didáticas.
A iniciativa garantiu inclusive a João Raphael um convite para participar da a 23ª Conferência das Partes (Cop 23) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que neste ano será em Bonn, na Alemanha, entre 6 e 17 de novembro. Ele fará parte da delegação que será enviada ao evento pela Engajamundo, uma organização sem fins lucrativos de liderança jovem, que capacita e engaja os jovens brasileiros no contexto das negociações internacionais.
À frente da iniciativa desde agosto de 2016, João Raphael, que concluiu, também na UFBA, o bacharelado interdisciplinar em humanidades, atua conscientizando adolescentes e jovens sobre o uso da energia solar como alternativa às atuais fontes tradicionais. Estima-se que isso impactaria em uma economia significativa na conta de luz das escolas, que gira em torno de R$ 6 mil por mês – recursos que poderiam ser direcionados a outros benefícios para a mesma escola ou comunidade.
Além disso, João Raphael destaca que também tem o objetivo de despertar seu público para questões globais, como a necessidade da transição do uso de energias poluidoras para energias provenientes de fontes limpas e renováveis, e que os cidadãos podem por si só captar sua própria energia.
João Raphael cursa o terceiro semestre de psicologia. Ele foi selecionado e treinado pela ong Greenpeace e participou da instalação de placas solares em duas escolas públicas nas cidades de São Paulo (SP) e Uberlândia (MG). Valendo-se da experiência obtida como multiplicador solar pelo Greenpeace, ele se tornou (em parceria com o professor universitário e doutor em Ciências, Energia e Ambiente pela UFBA Gustavo Alonso Muñoz) cofundador do projeto para Salvador, uma das três cidades brasileiras escolhidas para a campanha do uso de energia solar nas escolas – as outras são Fortaleza e Belém.
Durante as oficinas, o multiplicador expõe objetos solares, como placas, painéis, brinquedos e até alimentos cozidos com o uso de fogões solares, chamando a atenção para o potencial existente na energia gerada pelo sol. Um evento semelhante foi realizado recentemente, sob a coordenação de Raphael, no IHAC-LABi, a fim de difundir para a comunidade UFBA os benefícios da captação e aproveitamento da energia solar mediante o uso de objetos solares.
O projeto Sinergia Solar busca mostrar ao público a possibilidade de cada cidadão gerar sua própria energia, conforme as resoluções 482 e 687 da Agência Nacional de Energia Elétrica. Também visa fortalecer o compromisso social dos estudantes de escolas da rede pública e conta com apoio do Greenpeace e das Secretarias de Educação do Estado da Bahia e do município de Salvador.
Fonte: EdgarDigital.