A pós-graduação na UFBA melhorou em qualidade e abrangência, com avanços significativos em todas as áreas do conhecimento, entre 2017 e 2020, conforme os dados preliminares da Avaliação Quadrienal da Capes recém-divulgados.
Dos 85 programas avaliados - ante 72 no quadriênio anterior, uma expansão de 18% do total de programas - , 24 (28,2%) melhoraram suas notas, enquanto somente 9 (10,5%) registraram decréscimo. As notas ainda não são definitivas, já que os programas têm prazo até 03 de outubro para interpor recursos para revisão das pontuações. Os dados foram divulgados com atraso de mais de um ano, por conta de uma ação judicial movida pelo Ministério Público Federal - na ocasião, a UFBA defendeu a manutenção da avaliação, por entender ser este um importante instrumento de fortalecimento da pesquisa e da pós-graduação feitas no Brasil (leia nota).
Os resultados positivos atestam o sucesso da diretriz isonômica iniciada na gestão do reitor João Carlos Salles (2014-22), sob a condução dos pró-reitores Olival Freire Jr. (2014-19) e Sergio Ferreira (2019-22), no desenho de um conjunto de ações de fortalecimento da pós-graduação na Universidade, privilegiando seu desenvolvimento global e buscando identificar, estimular e traduzir em indicadores oficiais a excelência acadêmica da UFBA em todas as áreas. É também reflexo da postura de altivez na resistência aos cortes orçamentários e ataques às Universidades e à ciência adotada pela comunidade UFBA nos últimos anos (Leia mais abaixo).
De acordo com os dados preliminares da avaliação da Capes, a UFBA passa de 75% a 79% de seus programas de pós-graduação (PPGs) com notas 4 e 5 (respectivamente 51%, equivalente a 43 programas, e 28%, ou 24 programas) na escala da agência, que vai de 3 a 7. Em relação ao quadriênio anterior, são 13 programas a mais integrando essa faixa, sendo 10 PPGs a mais com nota 5 (totalizando 24) e 3 PPGs a mais com nota 4 (totalizando 43).
O total de programas com nota 6 subiu de 4 para 6, e a nota 7 manteve-se com 1 PPG na UFBA. E um dado importante: somente 13% (11 PPGs) dos programas de pós-graduação da UFBA ficaram com a nota mínima (3), o menor percentual da série histórica desde 2001.
Mantidos esses resultados após o julgamento dos recursos, a UFBA terá superado duas importantes metas traçadas em seu Plano de Desenvolvimento Institucional: ampliar em mais de 50% o número de PPGs com nota igual ou superior a 5, já que, com o salto de 19 para 31, a Universidade atinge 63,16% de melhoria; e ampliar para 4,2 o escore médio das notas de todos os PPGs da UFBA, indicador superado com folga pela média global de 4,33 atingida na avaliação.
Por trás dos resultados
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação de 2014 a 2019, o professor Olival Freire Jr. aponta duas razões como fundamentais para a obtenção de resultados tão positivos.
A primeira delas foi o grande apoio dado pela Administração Central à pesquisa e à pós-graduação na UFBA, que se traduziu em um conjunto de ações de análise, acompanhamento e expansão. "Reconhecendo que a UFBA tem competência em todas as áreas do conhecimento, nossas ações se direcionaram a apoiar a Universidade onde ela tem competência, mesmo que essa competência ainda não estivesse ainda refletida nos conceitos da Capes", explica Freire Jr.
Assim, se o talento e o trabalho da comunidade universitária são a explicação última do excelente resultado global da UFBA na Avaliação Quadrienal, eles vêm sendo potencializados, desde 2015, por uma série de ações de fomento a internacionalização; manutenção de equipamentos; aumento de publicações; desenvolvimento de projetos de pesquisa; estágios doutorais; apoio a discentes em situação de vulnerabilidade social, entre outras frentes.
Nesse conjunto, destaque para os 157 professores visitantes trazidos para atuar por até 4 anos nos programas de pós-graduação da UFBA a partir de 2018; e para os 363 pesquisadores apoiados pelo edital Capes PrInt, o programa de internacionalização da UFBA financiado pela agência de fomento. Outras ações destacadas por Freire Jr. foram a realização de avaliações dos programas de pós por consultores de fora da Universidade, antecipando a identificação de fragilidades e potencialidades, e a restauração do diálogo produtivo entre coordenações de programas e direções de unidades.
O segundo fator destacado por Freire Jr. foi a postura de altivez adotada pela Adminitração Central no enfrentamento aos ataques cortes orçamentários impostos às universidades e à ciência nos últimos anos, que contagiou e "energizou" a comunidade universitária.
"Diante de uma tentativa de desqualificação da universidade e da ciência, o modo como a UFBA reagiu a tudo isso ajudou a preservar nosso moral, nosso estado de espírito. A UFBA não se curvou, e essa resistência energizou a comunidade, de modo que passamos a fazer ainda melhor o que antes já fazíamos bem. Apesar das dificuldades, ninguém jogou a toalha", afirma o ex-pró-reitor. "Esse é um fator mais difícil de ser quantificado, mas não tenho dúvidas de que o orgulho de ser UFBA tem sido uma força material na qualificação da Universidade", observa Freire Jr.
O ex-pró-reitor Sergio Ferreira concorda com seu antecessor e salienta dois pontos como fundamentais para o bom resultado da UFBA: a sinergia que envolveu docentes, discentes, coordenadores de programas e diretores de unidades em prol das ações necessárias para melhoria das notas no âmbito de cada programa; e a atenção especial conferida pela pró-reitoria aos cursos que, no quadriênio, enfrentaram mais restrições e dificuldades para obter bolsas da Capes, alvo de cortes. "Os resultados refletem o empenho e o cuidado da Administração Central com a pós-graduação da Universidade", resume Ferreira.
A atual gestão da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação recebe com alegria os resultados da Avaliação Quadrienal, "fruto de tão intenso trabalho dos antecessores", salienta o pró-reitor Ronaldo Oliveira. "Temos o compromisso de dar continuidade a esses esforços, para que a trajetória da UFBA continue no sentido do avanço quantitativo e qualitativo de todos os seus programas e egressos", afirma o pró-reitor.